segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PLATÃO - O FILÓSOFO DE TODOS OS TEMPOS - By Bruno




Nascido provavelmente em Atenas, discípulo principal de Sócrates e mestre de Aristóteles, Platão foi o filósofo mais influente da antiguidade tanto que seu fascínio atravessou os tempos e permanece incontestável até hoje. Apesar de alguns estudiosos dizerem que ele foi menos
importante que seu discípulo Aristóteles, graças a sua maneira de escrever, ele conquistou a posição de mestres dos mestres, principalmente por causa da fundação e atuação na Academia, escola que acabou influenciando a formação das elites por alguns séculos.
Platão, além de ter sido o primeiro filósofo grego que teve suas obras preservadas, também criou um sistema filosófico baseado no racionalismo. Segundo suas concepções, o pensamento poderia funcionar independentemente da experiência sensível, que por sua vez, poderia ter se inclinado em uma vida anterior ao presente.
Seus estudos filosóficos só começam a partir do encontro com Sócrates, que na época, possuía aproximadamente 60 anos e conforme relata Diógenes Laércio em Timóteo de Atenas em Biografias, “ Sócrates viu em sonho um cisne novo pousado sobre seus joelhos, o qual, agitando logo as asas, se elevou nos ares, com doces cantos, e que, sendo-lhe levado no dia seguinte Platão como discípulo, disse eis aqui o cisne”.
Ainda neste período pode conhecer a vida democrática de Atenas, o que fez refletir sobre a política e o homem em geral. Em conseqüência, se sentiu desiludido com a realidade. Desabafou: “Quando era jovem, sucedeu-me o mesmo que a muitos outros: chegando ao momento em que pudera ser dono de mim mesmo, me propunha intervir na política. Mas veja-se a situação em que então se encontrava a república: em vista de ser detestada por muitos a forma de governo existente naquele tempo, promoveu-se uma mudança”. Desgastado, Platão se voltou para um plano de reforma das instituições, portanto, seus escritos, mesmos os mais utópicos, tiveram origem em situações reais. Com todas as transformações políticas refletindo no clima social e político, Platão escreveu a primeira República e depois as Leis, obras que como as posteriores se referiam à ordem prática e social. Platão já havia se convencido de que a difícil tarefa dos negócios do Estado deveria ser entregue aos filósofos, isto é, aos sábios com o devido conhecimento. A aristocracia que pregava era, portanto, diversa, da que então havia.
Com a morte de Sócrates, Platão declarou: Considerando todo isto e as pessoas que governavam, bem como as leis e os costumes, à medida que avançava minha idade, tanto mais difícil me parecia administrar bem o Estado. Convenci-me por último, que todos os Estados atuais estão mal governados, porque sua legislação é pouco menos que incurável... que o homem não chegará ao termo de seus males enquanto a estirpe dos autênticos filósofos não alcance o poder, ou os chefes das cidades, por uma graça divina, não se ponham a filosofar verdadeiramente. Em seguida, ele partiu para Mégara, colocando-se ante duas doutrinas extremamente opostas, a filosofia jônica de Heráclito e Crátilo, extremamente mobilista e positivista, e a de Parmênides de Elea, racionalista e unicista. Ambas influenciaram o filósofo. A filosofia mobilista e posistivista dos jônios acrescentou no sistema platônico o ponto de vista de que este mundo somente oferece a opinião; da eleática manteve a diretriz eminentemente racionalistas, em virtude da qual a inteligência opera com autonomia sobre os sentidos.
Não é possível determinar quanto tempo Platão ficou em Mégara; mas é quase certo que continuou mantendo contato com Atenas. Nesse período, por meio da Apologia, Platão restabeleceu a imagem de Sócrates. Em seguida, o filosofo grego partiu para Siracusa, onde além de visar à resolução dos conflitos gregos partiu para Siracusa, onde entrou em contato com os pitagóricos, que acabaram influenciando a teoria das idéias arquetípicas, e no modelo para a criação da Academia. Paralelamente, Platão prosseguiu com seus escritos, que de acordo com o tema preferido por Sócrates e das Escolas socráticas menores, enfocavam a moral.
Em seu retorno para Atenas, Platão funda a academia, por volta de 387 a.C.. Na verdade a academia já pré-existia na condição de ginásio de exercícios esportivos. Platão apenas começou a ensinar no local. Diógenes relatando esse período escreve: “ E morou na Academia, a qual é um ginásio exterior aos muros, num bosque denominado pelo nome de um certo herói – ACADEMO -, conforme escreve Eupolis em seu drama, Os soldados liberados, por estas palavras. Nos passeios docemente umbrosos do divino Academo”.
A Academia evoluiu devido à capacidade pessoal e posição social de Platão. Com o desenvolvimento, além de estatutos rigorosos como os das comunidades Pitágoras que lhe serviram de modelo, multiplicaram-se os mestres.
Em 353, a.C, quando o seu amigo Dion foi morto por um traidor, Platão apresentando uma grande aflição, começou a moderar o seu extremado idealismo descrito em República, tanto que em Político e Leis, obras dos seus últimos anos, esse aspecto já se encontra bastante suavizado.
Depois desses episódios, o filósofo permaneceu na Academia, dedicando-se apenas a arte de ensinar e a seus escritos. Ele faleceu aos 80 anos, em meados de 347 a.C., conforme diversos registros, citamos este:
Sobre sua morte, Cícero escreveu em Cat 5: “ Scribens est mortuus” ( morreu escrevendo). A expressão de Cícero é vaga. Ela pode simplesmente significar que Platão se ocupou até o final da vida com suas obras literárias e não que estivesse escrevendo ao morrer.
Sobre seu sepulcro, ainda segundo relatos de Diógenes Laércio foram gravados diversos epitáfios. No primeiro, ao nome Aristócles (Platão era apenas uma apelido) é aliado o qualificativo de divino, que recorda a crença sobre sua origem por obra de Deus Apolo:
“Aqui jaz o divino Aristócles,
Que em prudência e justiça,
Soube exceder a todos os mortais.
Se a sabedoria eleva a alguém,
As suas alturas este as conseguiu.
A inveja em nada lhe empanou a glória”







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