O filósofo grego concebia o amor como algo essencialmente puro e desprovido de paixões, que a seu ver são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. No ideal platônico, o amor não se fundamentaria no interesse (nem no sexual), mas na virtude. Alcebíades, discípulo de Sócrates, por exemplo, dedicava total predileção a seu mestre, tanto que ele se enquadra perfeitamente nesses no ideal de amor platônico.
Platão, como seu mestre e posteriormente como Ficino (filosofo italiano, que viveu de 1433 a 1499; traduziu obras de Platão e difundiu suas ideias), falava do amor como uma espécie de amizade pedagógica ou afeto puro. Apesar dos três terem especial predileção sexual por jovens do sexo masculino, Platão como os demais não ensinaram que a relação de um homem como um rapaz deveria possuir o interesse erótico, mas sim que o desejo pela beleza (em si mesma) do jovem deve ser o fundamento da amizade amor entre ambos, embora reconhecessem que, o desejo erótico do homem pelo jovem desvia as energias, diziam que é sábio resistir e opor-se a Eros (amor) em sua expressão sexual, já que se fazia necessário canalizar as forças para as esferas intelectuais e emocionais.
Dentro desse contexto, o conceito de amor platônico surge para debater a pederastia ( homossexualidade) mundana contra o amor filosófico puro (castidade). Apesar da acepção homossexual o amor platônico foi primeiramente compreendido como algo elevado, ligado à castidade ou como sinônimo do amor inatingível, do qual o amante teria apenas a satisfação ideal, já que o sentimento de amor, por si, já se bastaria. Exatamente por isso, Platão defendia que o Verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado, pois quando se ama tende-se a cultuar a pessoa amada com as virtudes do que é perfeito, mas quando o amor é concretizado, começa, a aparecer os defeitos de caráter da pessoa amada.
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