terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ariano Suassuna - A filosofia artistica erudita das raizes culturais!!!!

             


  O texto abaixo retrata uma passagem  livros de Ariano Suassuna


                Para demonstrar coragem para Marieta, Benedito decide confrontar o cabo Rosinha o delegado da cidade
         

                                                                          MARIETA
                               - Não chame o Delegado de “Rosinha” não, Benedito! Você morre!

                                                                         BENEDITO
                   - Não chamo? Ora não chamo! Chamo! Chamo, pra desmoralizar! Rosinha, Rosinha,  Rosinha!
                     Meu gênio é assim, calmo, ponderado, mas quando me espalho... Rosinha, Rosinha,  Rosinha...



                       Arreia, com medo. Benedito vai baixando a voz à medida que o cabo se aproxima, e, ao mesmo tempo, vai entrando numa canção, para disfarçar.
                                           Rosinha, Rosinha é o...
                                          Pau pereiro, pau-rosinha
                                          Paudarco e manjericão.
                                           Pau-rosinha, pau-rosinha,
                                           REM-rem-rem meu coração,
                                          Pau pereiro, pau pereiro,
                                         Pau de minha opinião,
                                         Todo pau floresce e cai,
                                          Só o pau pereiro, não.

                                                                                                       (Trecho do livro A pena e a lei)
     
          Ariano Suassuna, professor dramaturgo e romancista, poeta, ensaísta e defensor da cultura popular nordestina. É um homem alto, falante (sabe contar cada historia louca como ninguém), adora futebol, política, é um verdadeiro mestre (chamam suas conferências de espetáculo) e está sempre envolvido na defesa da cultura brasileira. É membro da Academia Brasileira de letras e um dos maiores dramaturgos da língua portuguesa.


           É dono de obras vigorosas, tendo recebendo inúmeros prêmios. Suas histórias acontecem todas no Nordeste, onde seus personagens familiarizados com os temas e as formas de expressão regionais possuem características de espertos e ingênuos. Espertos porque estão o tempo inteiro tentando passar a perna uns nos outros. E ingênuos porque ao mesmo tempo em que tentam enganar “A” estão sendo trapaceados por “B”  que por sua vez está caindo num conto-do-vigário armado por “C” e assim por diante. O engraçado é que seus personagens muitas vezes são inseguros e medrosos e inventam explicações fantasiosas porque têm receio de se magoar ou magoar alguém se contarem a verdade, precavidos de fato.
        Posso dizer que muitas da suas historias são hilariante e melancólicas dado a essencialidade da generalidade de  Suassuna quanto a uma maneira simples de criar uma pequena confusão que rendera bons frutos dentro da obra.

         Desde que conheci os trabalhos de Ariano Suassuna, achei um pouco informal quanto a sua narrativa usada em seus romances. Achei estranhos seus diálogos sobre diálogos. Como se você não estivesse lendo a obra, mais sim assistindo um espetáculo de teatro nas mãos. Mas com o tempo, pude compreender a ideologia presentes em suas historias, utilizando-se da “esperteza” dos seus personagens como meio deste conseguir seus objetivos. Genial e curioso.  O interessante é a grande homenagem que ele faz aos valores culturais regionais. Bem interessante e recomendado para quem queria conhecer o autor que tem como principal objetivo:
            Realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura







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