segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Quando Sócrates enfrentou...

Quando as maças caem novas ideias se levantam

              Sócrates foi quem proferiu a palavra mais incisiva a respeito do novo e extraodinário valor conferido ao conhecimento e à apreciação. Com efeito, ele era o único que confessava a si mesmo nada saber, enquanto que, passeando por Atenas, como observador crítico, visitando os homens de Estado, os oradores, os poetas e os artistas célebres encontrava em todos a presunção da sabedoria. Reconheceu estupefato que, mesmo do ponto de vista de sua atividade específica, todas essas celebridades não possuíam nenhum conhecimento exato e certo e só agiam por instinto. “Só agiam por instinto”; essa expressão nos leva a tocar com o dedo o coração e a medula da tendência socrática. Com essas palavras o socratismo condena tanto a arte existente quanto a ética existente; para onde quer que dirija seu olhar perscrutador, reconhece a falta de compreensão e o poder da ilusão, deduzindo dessa falta o absurdo, a condenação e o poder que o cerca. Partindo desse ponto de vista, Sócrates achou que deveria corrigir a existência: como precursor de uma cultura, de uma arte e de uma moral totalmente diferente, ele, o solitário, avançou, com ar de desprezo e de altivez, no meio de um mundo cujos últimos vestígios são para nós objeto de uma profunda veneração e fonte das mais puras alegrias.

              Quem é que se permite, por si só, negar a própria essência do helenismo, que ousa ocupar o lugar de Homero, Píndaro e Ésquilo, substituir Fídias e Péricles, suplantar Pítia e Dioniso?.

                                                                 (Trecho retirado do Livro Nietzsche – O nascimento da tragédia)
          

              Por entender, ignorar sua própria identidade em um mundo assombrado pelos demônios. Vivendo numa época em os mitos persuadiam as mentes vazias, Sócrates em confiança na sua intelectualidade e convicto nas suas próprias idéias, trouxe a luz do dia duvidas celebres e proporcionou questionamentos simples quanto a tudo e a todos, pode ser considerado o primeiro dentre todos, a inserir o nada sei como fonte primordial de conhecimento, procurar compreender a essencialidade da existência das coisas e a verdade através da complexa sabedoria conquistada pela persistência “do querer saber mais”. Que por futuramente seus seguidores influenciariam na filosofia, tornando a rica e complexa e dinâmica como ela é, nos dias de hoje.
              O mito começa a decair a partir deste ponto.




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