sábado, 26 de novembro de 2011
Fritz the Cat – Uma viagem alucinada politicamente incorreta
Alguma vez, você pensou em abandonar sua vida comum e reverenciar os fatos e casualidades que ocorrem em nossa sociedade. Tipo abandonar os livros e sair para o mundo, se engajar em movimentos sociais, lutar pelos direitos dos povos submetidos à diferença, e conviver e entender o terror diário da nossa complexidade humana.
E quais seriam a conseqüências de sair do lugar comum?
Então surge um personagem para responder esta pergunta, chamado: Fritz.
Mas para falar de Fritz devo antes falar sobre Robert Crumb. Este foi um desenhista underground (sem editora e de cunho imoral) e fez um sucesso estrondoso durante os anos 70 com seus desenhos que beiram ao absurdo, possuindo críticas sociais pesadas e é claro sem esquecendo de seus desenhos com grande apelo sexual, muito humor e o seu lado “mulhernofobia” sempre presente em suas Hq’s. Retornando ao assunto, Fritz foi um dos seus primeiros personagens, que é um gato boa vida que abusa de drogas e tem uma vida sexual bastante lasciva( que se assemelha muito com seu criador). As histórias se passam numa grande cidade habitada por animais antropomórficos, sendo que o gato Fritz é o personagem principal. Um calmo felino com tendências artísticas, Fritz frequentemente se vê envolvido em aventuras selvagens, nas quais passa por várias experiências sexuais. Fritz apareceu em histórias desenhadas por Crumb quando criança e viria a se tornar o mais famoso dos seus personagens. As tiras foram publicadas na revista Help! e Cavalier e depois em inúmeras publicações de quadrinhos underground durante os anos de 1965 e 1972.
As tiras de Fritz the Cat foram à base do filme homônimo de animação de 1972. Foi à estréia do animador Ralph Bakshi e o primeiro filme animado a ser classificado com o código X nos Estados Unidos da América (impróprio para menores). Considerado um dos filmes independentes de maior sucesso de todos os tempos. Devido a desentendimentos com os produtores do filme durante a sua realização, Crumb terminaria a tira ainda em 1972, publicando uma história em que o personagem é assassinado por uma ex-namorada. Um segundo filme foi produzido, The Nine Lives of Fritz the Cat (1974), sem o envolvimento de Bakshi ou Crumb.
Apesar de todas as loucuras feitas pelo e pela ótima trilha sonora com repertorio focado no blues americano e rock n’roll, o personagem que é universitário, faz criticas ao modo de pensar de seus companheiros, como estudar e tomar remédios para ficarem acordados a noite toda para estudarem mais ainda. Segundo ele, não seria interessante estudar de morrer para tentar superar outros gênios ou crescer na vida e obter muito dinheiro, o correto seria aproveitar este tempo para conhecer e viver as casualidades de nossa sociedade. Não uma vida alienada e sim mais de excessos, aventuras, sexo e libertinagem. Do ponto de vista ético, é irregular toda esta afirmação citada e que Fritz faz é considerado não mais do que um pervertido.
Mas observando suas declarações ate que ponto a você, seria certo ser sempre correto diante dessa sociedade? Geralmente irá depender a situação em que se encontra. A nossa sociedade só consegue valorizar coisas ignóbeis e inúteis em vez de realçar laços mais importantes. Diante de tanta futilidade, penso em ser como Fritz, ultrapassar os limites, conhecer-me a mim mesmo, sair dessa rotina traçada, viver como se cada dia fosse o ultimo, mas desde que seja minhas atitudes sejam humanas.
Aqui vai umas das cenas mais psicodelicas rock n'roll blues do filme
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É uma proposta bem interessante. Será que existe pessoas com essa disponibilidade e atitude?
ResponderExcluirA questão social é realmente muito séria, também me pego às vezes querendo fazer mais do que faço para melhorar as coisas que eu vejo.
Depois que assisti "Crianças invisíveis" fiquei mais preocupada.
A humanidade pede ajuda!
Parabéns pelas postagens! Estou gostando muito deste blog.