Há uma curiosa concepção do relacionamento de Platão com a Matemática. Por um lado, Platão é visto como um apaixonado pela Matemática. A academia era, de fato, um dos principais centros de investigação matemática do período clássico e a ênfase que Platão deu à Matemática no seu curso de estudos era tão grande que ele ganhou títulos como “O Criador de Matemáticos”. Por outro lado, o criador de matemáticos nunca foi, segundo a concepção em consideração, um criador de matemática, muito pelo contrário, a capacidade de Platão para o pensamento matemático, julgando pelas passagens matemáticas dos seus diálogos, era um tanto baixa. Assim, Platão seria apenas um diletante ordinário da Matemática. Segundo nossos estudos, Platão usava trivialidades matemáticas para impressionar os inocentes e intimidar os recalcitrantes, conquistando assim novos adeptos para ideias em si pouco prováveis – ou pelo menos, silenciava os adversários. Diríamos até que ele deveria ter tido certa aptidão para a Matemática, embora é claro que não foi um Matemático profissional e os seus diálogos não são, nem pretendem ser, tratados matemáticos.